A 2° edição do .Con, projeto que faz parte do Núcleo de Educação Midiática do Site Coreto, reuniu no último fim de semana, comunicadores, estudantes de jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- Uesb e a comunidade poçõense para dialogar sobre a participação comunitária nas coberturas jornalísticas, bem como a importância da comunidade para o Jornalismo Hiperlocal.  

Além disso, as formações buscaram estreitar e fortalecer as conexões com a comunidade poçõense e inseri-las no processo de produção da notícia do Site, ouvindo as demandas e sugestões e mostrando a eles questões fundamentais sobre o processo de construção da notícia em veículos de Jornalismo Independente e Jornalismo Local.

As formações  aconteceram nas cidades de  Vitória da Conquista, no Centro de Extensão Comunitária da Uesb e em Poções, na Área de Eventos Chulu. As aulas formacionais incluíram relatos sobre a formação do território poçoense e recorte político, com a professora e historiadora Fernanda Protásio; noções sobre o jornalismo, como  a relevância da pauta para o território, como criar um mapa afetivo do lugar; a apuração; proteção e segurança física e virtual durante coberturas e participação em atos e o uso da Lei de Acesso à Informação- LAI, com  a coordenadora da Caravana Abraji, Nina Weingrill, a editora do Jornal Fala Roça, Tatiana Lima e a editora executiva do Site Coreto, Raquel Rocha.

Além disso, jornalistas do Site Coreto e do Site Conquista Repórter, veiculo da cidade de Vitória da Conquista, trocaram experiências sobre o fazer jornalismo em suas respectivas cidades. A diretora de jornalismo do Coreto, Leila Costa, e o diretor operacional do Conquista Repórter, Afonso Ribas, levaram aos presentes as experiências dos jornalistas com o uso de dados nas produções de notícias e reportagens. Já a diretora executiva do Conquista Repórter, Vitória Lôbo juntamente com Leila Costa, falaram sobre a escolha das narrativas e formatos usados na comunicação dos dois veículos, mostrando as experiências e resultados em ambos os sites. 

A historiadora Fernanda Protasio conta que “foi uma experiência incrível, não apenas no que diz respeito aos conhecimentos tão emergentes que foram postos, quando entendemos que a ordem do dia é a velocidade e os inúmeros mecanismos de produzir e disseminar informações, nem sempre sérias, nem sempre verdadeiras e nem sempre confiáveis, mas sempre nos afetando e formando a opinião de muitos, mas pela forma com a qual o processo me atravessou. Passar estes dois dias com tanta gente potente me fez querer sair do sabático no qual eu me coloquei, me fez querer voltar a participar de maneira mais ativa na produção de conhecimento que possa contribuir para pequenas e grandes mudanças sociais necessárias”.

Já para a microempreendedora e estudante, Natália Ribeiro, as formações   foram  momentos de muita escuta e análise. “Pude notar que a realidade de acontecimentos de lugares tão distintos como São Paulo, Rio de Janeiro e Poções, apesar de ocuparem magnitudes diferentes, possuem uma problemática social muito parecida e como não?  Se estão imersos em uma mesma estrutura de ‘organização’. Ficou muito claro também, que a resistência, a busca por respostas e melhorias são tarefas ativas, e que,  por mais que estruturalmente tenhamos sido inconscientemente ensinados a não nos importar, o nosso afastamento de olhar para estas questões trazem consequências maiores do que podemos mensurar no nosso quotidiano de realidade que cansa a todos, a ponto de não se poder pensar em mais nada que não seja fugir dessa responsabilidade”, conta.

A 2° edição do .Con foi desenvolvida em parceria com a Caravana Abraji, projeto da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – Abraji, com o apoio do Site Avoador e o Programa de Jornalismo como Transformação Social, coordenado pela professora Carmen Carvalho, do curso de jornalismo da Uesb. 

Ao final do evento, as jornalistas e fundadoras do Coreto, Leila Costa e Raquel Rocha lançaram o “Cafezin da tarde”, espaço do Site que visa manter a conexão entre jornalistas e comunidade poçõense. 

O coletivo Arritmia fechou a programação do evento, com uma apresentação cultural que reuniu música e poesia. 

Fotos: Leonel Brito