Doar é Viver: projeto leva poçõenses para doar sangue em Vitória da Conquista

Por Leila Costa e Raquel Rocha
Publicado em 13/11/2022

Para além de um gesto de generosidade, doar sangue pode salvar muitas vidas. Uma pessoa doa por vez, no máximo 450ml, e apenas essa quantidade é suficiente para salvar a vida de até quatro pessoas. Isso porque o sangue é essencial para a sobrevivência humana, e a transfusão é um procedimento indispensável em muitas situações.

Os Hemocentros, que podem ser públicos ou privados, são os locais onde são realizadas as terapias hemoterápicas e hematológicas, que hospedam todo o sangue recebido para que seja fornecido para hospitais públicos e privados. São nesses espaços, também, que as pessoas podem fazer suas doações voluntariamente.

Em Poções não existem Bancos de Sangue, por isso, todo processo para doação é realizado na cidade de Vitória da Conquista, localizada a 68 quilômetros de distância, e é esse deslocamento que dificulta a realização da doação de sangue regular, para muitos de seus moradores. Pensando em diminuir essa dificuldade, a estudante e microempreendedora Hillary Simão, em julho de 2022, decidiu criar o projeto “Doar é Viver”.

O projeto tem como objetivo cadastrar e levar poçõenses para realizar a doação de sangue em Vitória da Conquista, mensalmente. As doações acontecem na segunda terça-feira de todo mês, saindo do Jardim dos Pássaros, às 7 horas da manhã, para o Hospital de Base, com transporte gratuito.

Hilary Simão conta que a ideia para a criação do projeto veio no ano de 2021 após ver uma amiga precisar de transfusão de sangue e carecer de campanha nas redes sociais para empatizar doadores. “Muitos voluntários apareceram aqui em Poções, mas eles não conseguiram se deslocar até o município de Vitória da Conquista, porque eles não tinham recursos, não tinham estrutura para fazer esse deslocamento e isso inquietou muito meu coração. Tantas pessoas com o desejo de doar, dispostas a ajudar, mas elas não podem fazer nada. Pouco tempo depois essa amiga minha veio a óbito e aí só me deixou mais inquieta.” Foi então que a estudante começou a buscar alternativas para mudar esse cenário e criou o projeto. 

A microempreendedora destaca que ainda são poucos os que aderiram ao projeto. “Desde o princípio eu falava que se uma pessoa fosse e conseguisse doar eu estaria satisfeita, porque eu sabia que ela poderia ajudar até quatro vidas. Mas eu confesso que esperava uma adesão maior da comunidade, diante da movimentação que eu via quando eu lançava ou postava alguma campanha pedindo por ajuda, mas eu estou feliz, entusiasmada, porque os números estão crescendo a cada mês. Eu torço para que mais pessoas se solidarizem e se tornem doadoras”, conta.

Para fazer parte do projeto e se tornar um um doador é necessário entrar em contato com Hilary Simão pela página do Instagram do projeto Doar é Viver ou pelo WhatsApp (77) 98108-6612, onde é realizada uma conversa prévia com informações indispensáveis e um questionário para saber se a pessoa tem as condições exigidas para ser um doador.

Com o objetivo de garantir a segurança e proteção tanto do doador quanto do receptor, o processo de doação de sangue tem um alto rigor de exigências. Entre elas, estar com a saúde em dia e pesar, pelo menos, 50kg. Além disso, é necessário ter entre 18 e 69 anos, as doações feitas por menores devem cumprir requisitos específicos e ter autorização de responsáveis.

Para os doadores poçõenses, o projeto tem se destacado como um caminho seguro para garantir a doação regular. É o que ressalta a Digital Influencer, Joice Rocha. Doadora há oito anos, ela nunca conseguiu manter uma frequência por causa da  distância e custos, aliados à falta de tempo e organização. “Achei a criação do projeto Doar é Viver umas das melhores coisas que poderia acontecer na nossa cidade, porque facilitou muito a doação de sangue, a organização, o tempo e ainda despertou outras pessoas a doarem”. 
Joice Rocha ressalta a importância de ser um doador. “Doar sangue pra mim é sentir que tenho feito algo de bom por alguém que não conheço mas sei que precisa de nós”. Para Hillary, o projeto colabora para que a vida ocorra. “Além de mudar e renascer essas vidas a doação transforma, ela revive quem doa e quem recebe a doação. A partir do momento que você doa, você tem um olhar diferente, você se sente diferente, você se sente renascido e quem recebe a doação, acredito que também se sente dessa forma”, destaca Hilary Simão.

Foto de Capa: Arquivo Pessoal

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