Eleições do Conselho Municipal de Cultura para biênio 2022/24 acontecem neste domingo, 4 de setembro

Por Leila Costa
Publicado em 31/08/2022

No próximo  domingo, 4 de setembro, ocorrerá a eleição para a escolha do Conselho Municipal de Cultura de Poções. A votação será das 8 às 17 horas, na Câmara de Vereadores, e qualquer cidadão poçoense, a partir de 16 anos, poderá votar em até três pessoas e escolher seus candidatos para compor o conselho. Para votar, é necessário levar um documento oficial com foto.

O Conselho Municipal de Cultura é um órgão colegiado permanente que compõe o Sistema Municipal de Cultura, e deve ser composto por representantes da sociedade civil que façam parte do setor cultural e/ou educacional da cidade e dos membros que são indicados pelo poder executivo.

O Conselho Municipal de Cultura  tem a função de representar  a comunidade artística  e cultural,  de diversos segmentos, como mediador dos processos de construção  de políticas públicas culturais, a fim de construir e viabilizar as demandas que fomentem a cultura no município. Para a professora e integrante do Conselho Municipal de Cultura em vigência, Julia Leticia, é por meio deste instrumento que o diálogo entre órgãos,  gestores e sociedade civil acontece.  “O Conselho de Cultura desempenha o papel de promotor destas políticas,  como proponente, fiscal e interlocutor das necessidades e demandas cotidianas do setor artístico cultural  do município”, diz.

Julia Leticia acresce que é  fundamental  a existência  do conselho para a consolidação  do sistema de cultura e a promoção das políticas  que incentivam o setor. “Sem o Conselho  não  há possibilidade  de  adesão  à programas,  consórcios e Leis culturais  que provêm  recursos  para a manutenção e valorização  do setor cultural dentro da cidade,  o conselho  também é ferramenta  importante  para reivindicações  das premências da sociedade  civil, se constitui como órgão de participação  popular e controle social dentro da esfera de gerência de recursos e benefícios para a sociedade em geral”, explica.

Para a integrante da Coordenadoria de Cultura de Poções, Emanuele Carmezina, o Conselho é essencial para atuar juntamente com a Coordenadoria de Cultura. “Junto com os atuais conselheiros temos mantido um diálogo aberto com a comunidade na intenção de entender as demandas da classe artística poçoense e assim, criarmos um Plano de Ação Municipal, além de incluir o nosso município no Sistema Nacional de Cultura. Isso garantirá uma consolidação destas ações que devem ser perpetuadas e efetivadas anualmente”.

“A gestão  do Conselho  em vigência,  teve função  e discussões  fundamentais  para implementação  das leis Aldir Blanc e Afonso Manta. Estabeleceu um cadastro permanente  dos artistas  municipais,  gerando um importante banco de dados,  que mapeia, reconhece e certifica os artistas, agentes culturais  e fazedores de arte municipais. Também iniciou um ciclo de diálogos com os segmentos  culturais  para compreender  as necessidades  e demandas  dos inúmeros  segmentos  artísticos de Poções”, conta Julia Leticia.

Adalto Rocha, componente da Comissão Eleitoral, destaca a importância da população comparecer para votar. “Além de exercer o seu direito de cidadão participando politicamente das decisões do município, das decisões do executivo é importante decidir os membros do conselho representante da sociedade civil, isso fala um pouco sobre a transformação que cada cidadão quer e é também uma forma de cobrar, principalmente com a participação popular. A política só é possível com a presença de todas pessoas, e nós podermos ter voz, poder votar em uma pessoa que vai falar, que vai nos representar, é de extrema importância”, diz.

11 candidatos estão concorrendo às vagas reservadas para a sociedade civil. São três vagas para conselheiro efetivo e três para conselheiros suplentes. Conheça quem são os candidatos:

Andressa Teixeira Foto: arquivo pessoal

Andressa Teixeira é graduada em Administração pela Uniradial, graduada em Teatro pela Escola Superior de Artes Célia Helena, também possui formação em Teatro Musical pela Oficina dos Menestréis e possui formação em Construção de Dramaturgia pelo Rituais da Alegria. É agente e produtora cultural, educadora social e escritora. Atua como diretora de teatro do Grupo de Teatro Nova Essência, desde 2016. Foi Assistente de direção da Quadrilha Seguidores da Fé em 2017/2018 é conselheira cultural na gestão 2020/2022

“Tenho um conhecimento sobre as leis que regem a Secretaria Especial de Cultura do nosso país. Já fiz parte da Gestão 2020/2022 tenho a experiência e conhecimento para manter o Conselho ativo, já que nossa fiscalização mantém a criação de editais viabilizando que as verbas sejam destinadas aos grupos de Poções, assim como fizemos com a Lei Aldir Blanc em 2020”

Edvan Fernandes Foto: arquivo pessoal

Edvan Fernandes é músico, tecladista, arranjador e produtor musical. Também atua como editor no audiovisual. Começou como artista desde de 1999 com a antiga dupla Edivan e Alessandro. Também já foi presidente da Associação de Músicos de Poções no período de 2017 a 2021.

“A minha ideia em relação ao artista e lado cultural é ter algumas ideias, por exemplo produzir trabalhos de audiovisual no projeto da TV Cidade que eu represento, por meio de divulgação nas plataformas do YouTube, Facebook e Instagram”.

Gildásio Campos (Mufula) Foto: arquivo pessoal

Gildásio Campos, conhecido como Mufula, é radialista, entalista, poeta e ator, além de trabalhar com produção audiovisual.

“O diferencial de um conselheiro de cultura é amar o que faz, é amar a cultura e viver pela cultura. O conselheiro está ali para se o defensor da cultura em seus vários segmentos. Ele tem que defender e tem que correr atrás, ele tem que procurar recursos. Ele tem que estar sempre na ativa com a cultura da cidade, para que essa cultura não morra. Eu acho que para ser um conselheiro, para escolher um conselheiro, primeiro tem que ver se ele tem um conhecimento de todos os segmentos culturais se, ao mesmo tempo, ele corresponde a altura o cargo que ele vai assumir e se ele vai realmente defender a nossa cultura(…) ele tem que saber o que é a cultura, saber onde tem alguém naquela região do município, se ele tem a cultura e em qual segmento cultural que ele exerce, é buscar, é criar movimentos para que a cultura seja divulgada.  Eu tenho essa capacidade e essa competência de defender a nossa cultura”.  

Gildásio Júnior (Gil) Foto: arquivo pessoal

Gildásio Júnior (Gil). É produtor cultural formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), atua na área da cultura desde 2004, já produziu  diversos eventos de rock na cidade de Poções, incluindo  o Ruídos no Sertão. Foi coordenador de projetos culturais do Município, esteve na diretoria do Centro de Cultura Fedele Sarno, onde também contribuiu com a realização de eventos e apoio a vários grupos culturais. Atuou como coordenador do projeto Escolas Culturais em Vitória da Conquista. Também orientou, no ano de 2021, por meio de um grupo no Whastapp, artistas e produtores a escreverem projetos  para concorrer ao Edital Cultura na Palma da Mão.

“Como em qualquer tipo de eleição, a gente deveria escolher pessoas que de fato possam nos representar no cargo que ocupa.  E no caso de um conselheiro de cultura, é interessante que sejam escolhidas pessoas que estejam atuantes no seu segmento ou na área cultural como um todo para que essa pessoa tenha condições de compreender, defender e contribuir com a construção e o fortalecimento da cultura de forma efetiva. (…)acredito que tenho condições para colaborar diretamente com a construção das políticas de cultura em nosso município, principalmente em um momento como esse, onde estamos lutando para garantir a chegada de recursos das Leis Aldir Blanc II e Paulo Gustavo, além de recursos municipais”. 

Valeria Santana Foto: arquivo pessoal

Valeria Santana é integrante do grupo de capoeira Energia da Terra há três anos. Possui formação técnica em Recursos Humanos e é natural de Poções.

“Venho contribuindo o máximo para a cultura em nossa cidade. Para mim, a cultura é tudo”.

Luana Carvalho Foto: arquivo pessoal

Luana Carvalho é produtora de eventos, ativista cultural, preta, lésbica, feminista e umbandista. Participou da Terceira Violada Elétrica, junto aos artistas da cidade. 

“Sei que o Conselho de Cultura é uma ferramenta de extrema importância para fiscalização do setor cultural e para buscarmos alternativas e recursos para o setor. Tenho ouvido a população, tentando trazer, cada vez mais, eventos diversos que contemplem a todos e não apenas a um nicho da população. Tem uma galera carente de cultura, carente de eventos voltados a eles, querendo sair da mesmice, e eu estou aqui para ouvi-los e apoiá-los”

Matheus Godeiro Foto: arquivo pessoal

Matheus Godeiro é professor de formação e artista. Atua como coreógrafo na quadrilha junina Raízes do Sertão. Além disso, é colaborador no projeto que desenvolve atividades físicas para mulheres e realiza, semanalmente, atividade física a fim de melhoramento pessoal. Já participou de produções municipais, como peças e espetáculos de danças. Atua  há mais de 4 anos como professor de inglês e sou formado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

“Não se muda uma cidade sem participar de suas decisões. Coloco meu nome porque sei quão sofrido é para nós, artistas conseguirmos recursos para para manutenção e execução de nossos trabalhos. A eleição e formação do novo conselho é essencial para que haja compromisso na elaboração de projetos cujo contemplará os grupos, assim como cobrar do legislativo e executivo políticas afirmativas. É de extrema importância que a sociedade civil participe porque cultura e educação integram a tríplice aliança entre protagonismo, empoderamento e autonomia. Conto com o voto e carinho de todas/todos/todes mais uma vez”.

Orlando Miranda Foto: arquivo pessoal

Orlando Miranda atuou como voluntário no juizado de menores por 15 anos. Foi diretor de uma emissora de rádio na cidade de Cândido Sales por 2 anos. Já trabalhou como repórter policial em uma rádio da cidade. Assumiu  um programa noturno das 8 às 23 horas como locutor e apresentador. Atualmente apresenta um programa, na mesma emissora, todas as sextas-feiras, além de apresentar eventos em palcos de diversas cidades.

“Eu, em uma função dessa, vou correr atrás, lutar para que essas ideias aconteçam, realmente colhendo um bom resultado para que eu possa me esforçar para ajudar essa  classe de artistas”.

Raffael Sarandine Foto: arquivo pessoal

Raffael Sarandine é fotógrafo e cineasta  desde 2017. iniciou a arte fazendo pequenos trabalhos audiovisuais na escola em que estudava. Foi organizador do Sarau Residência Cultural no ano de 2019 e fotógrafo na produtora Euquixote no ano de 2019/2020. Atualmente produz clipes para artistas renomados, dentro e fora da cidade de Poções Bahia.

“A população poçoense sofre uma grande escassez em relação a produção e atividades voltadas ao audiovisual. Quero representar esse eixo cultural, fiscalizar e levar as demandas do meu público que é classe teatral e  audiovisual. Quero dialogar  propostas com a gestão, através do conselho e incentivar a criação e manutenção de ambientes lúdicos para atividades teatrais, oficinas de cinema, fotografia, música entre outras atividades artísticas em escolas públicas e espaços educacionais sem fins lucrativos, hospitais, casa de saúde, instituições de longa permanência, entidades de acolhimento e abrigos”.

Raquel Santos Foto: arquivo pessoal

Raquel Santos é estudante e também aluna de capoeira do mestre Didi e, atualmente, trabalha com salgados. 

“Minha experiência é boa porém não é muito valorizada no município”

Robert Oliveira Foto: arquivo pessoal

Robert Oliveira tem 22 anos de idade, ensino médio completo. É membro da Associação de Capoeira Energia da Terra e Artes Integradas.

“Com a experiência que tive sobre a cultura aqui de Poções, na minha opinião ainda é uma área muito inexplorada, tem muito talento escondido aqui na nossa cidade, a gente tem uma árvore gigante de artistas na nossa comunidade e tem muitos frutos para dar ainda”

Foto de Capa: Unsplash

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