Células mortas. Lares arrebatados pelo choro que corre. O vermelho sangue do divino tremula enjaulado enquanto o outro vermelho sangue escorre pela areia, pelo campo, por uma vista bela de uma cidade que já se foi.
No descampado, troca de tiros, tiro a troca, apenas há tiros. Tira-se a liberdade de viver. Enjaula-se o resto em cercados para brincar. Praça viva, sorrisos outros que se alargam até o limiar da grade.
Está ali a face com s em seu meio, o istmo entre a barbárie e o controle. O caminho para a segregação. É a violência que se faz em nome da paz, da segurança de andar em paz dentro de um cercadinho com suas células vivas.
Grades, cercas e tapumes corroem o espírito livre da pomba, dilacera o coração da história, das tradições, da liberdade. Praça tomada por praças, cabos e ferros… armamentos de violência, de morte. Celulares vivos.
Último dia de alegria entre grades, no coreto encoberto, na praça cercada. É uma cidade que já não é mais. É a festa da prisão, da operação morte, da operação alegria, da operação paz. Tudo isso é divino, tudo isso é celular.
Mais algumas vítimas, mais assassinatos. Dezesseis anos, dezessete anos. Não importa. Talvez ano que vem sejam mais alguns com quinze, quatorze, vinte, vinte um. Talvez o coreto se desmanche, a Igrejinha vire ruína e o verdadeiro Divino desapareça, fuja, busque refúgio. Que fiquem apenas os tapumes, as grades, a praça, os cabos e os ferros. Que fique apenas a alegria estampada na face atravessada pelo s, carregada de istmos que levam à violência, que levam à morte. Façam filas. Sempre há bênçãos também para estas aberrações.